PARA ALÉM DO 8M: Mulheres fortes e organizadas, com punhos cerrados contra os ataques e retirada de direitos!

Em meio a um contexto de crescimento da vulnerabilidade social, da insegurança alimentar e da fome, de crises climáticas, tragédias sociais e ameaças aos direitos do povo mais pobre, as vidas das mulheres continuam em perigo constante, atravessadas pelos problemas sociais gerados pelo sistema de dominação capitalista e pelo Estado.

Em julho de 2022, a ONU lançou dados sobre a fome e a insegurança alimentar, alertando para o fato de que quase 830 milhões de pessoas passam fome no mundo; 2,3 bilhões de pessoas enfrentam a insegurança alimentar. No Brasil, não é diferente, estamos no país onde existem as filas dos ossinhos. Chegamos a um 8 de Março em que as mulheres pobres, negras, indígenas e periféricas enfrentam condições sociais extremamente precárias e lutam pela sua sobrevivência e dos seus. Ao mesmo tempo, as contrarreformas, o teto de gastos imposto desde o governo Temer e a investida neoliberal contra os direitos sociais intensificam ainda mais as dificuldades pelas quais passamos, trazendo consequências diretas para as mulheres da classe trabalhadora – tanto para as que sustentam suas famílias, mães solo ou que sobrevivem sozinhas, quanto para aquelas que compõem núcleos familiares junto a companheiros também pobres.

Solidariedade aos Yanomami e a todos os povos originários!

O direito originário à terra, aos bens naturais e ao modo de vida são fundamentais. Os Povos Originários foram os verdadeiros fundadores – na prática real e cotidiana – de uma ecologia social e libertária pautada na ajuda mútua, conforme reconhecido e observado por teóricos militantes como Murray Bookchin, Ricardo Flores Magón e Piotr Kropotkin. Por todo o continente americano, floresceram sociedades complexas e culturalmente diversas, nas quais se construíram e se firmaram relações cooperativas e comunitárias completamente opostas à dominação e à hierarquia entre seres humanos.

Para garantir essas formas de vida, os Povos Indígenas no Brasil resistem há mais de 500 anos contra as invasões europeias e incursões do capitalismo. O garimpo, o agronegócio e mais recentemente, o tráfico de drogas – quase sempre com o aval e participação do Estado brasileiro, sobretudo por meio dos militares – são os responsáveis por uma guerra incessante que tem levado, não raras vezes, ao extermínio de muitas nações indígenas.

Estamos agora diante do horror imposto aos Yanomami. Apesar da imprensa burguesa estar dando grande destaque ao caso neste momento, ele não é pontual. Nunca deixou de ocorrer, tendo em vista que o conceito de Progresso propagado pelo Estado brasileiro – por meio de seus governos de turno -, sempre esteve instrumentalizado pelo método de destruição das florestas e seus povos; iniciado com a invasão europeia, passando por adaptações durante as estruturações do Estado nacional, aprimorado com a visão de progresso dos militares e, cada vez mais, brutalizado pelos interesses do agronegócio e setor da mineração predatória.

Comunicado sobre nossa saída da CAB

Comunicamos que, depois de um longo processo de discussão – que envolveu toda a Coordenação Anarquista Brasileira (CAB) e a Coordenação Anarquista Latino-Americana (CALA) –, a Organização Anarquista Socialismo Libertário (OASL, de São Paulo), a Federação Anarquista do Rio de Janeiro (FARJ), a Rusga Libertária (RL, de Mato Grosso) e o Coletivo Mineiro Popular Anarquista (COMPA, de Minas Gerais) tomaram a decisão de sair da CAB.

Esmagar a extrema direita e combater o liberalismo com luta, ação direta e independência de classe!

O Brasil conheceu no último domingo, 30 de outubro, o novo presidente da República, o qual iniciará seu mandato a partir de janeiro de 2023. Com uma vitória apertada da frente ampla representada pela chapa Lula-Alckmin, o resultado acirrou os ânimos dos apoiadores de cada um dos lados.

Inaugura-se uma nova fase e, por isso, é importante revisitar o que nos levou até aqui para entendermos nossas tarefas como anarquistas neste próximo período.

A extrema-direita não será derrotada pelas urnas e com conciliação de classes! 

Como anarquistas organizados, como revolucionários, reforçamos que a via eleitoral – seja enquanto voto crítico, antifascista ou qualquer argumentação de voto estratégico – não irá fazer as reais transformações que as classes oprimidas realmente precisam! Nessa conjuntura específica, tampouco vai conseguir derrotar a extrema-direita, que já se encontra impregnada no tecido social e vai seguir assim pelos próximos anos, se não houver um enfrentamento decidido e a construção de um campo que rompa com a estratégia hegemônica da esquerda brasileira nos últimos anos, a qual propõe a centralidade na conciliação de classes por meio da disputa interna das instituições burguesas.

A máfia do transporte e a tarifa de ônibus

A família Constantino representa perfeitamente a violência e a crueldade do sistema capitalista: além de controlar a terceira maior empresa aérea do Brasil – a Gol Linhas Aéreas -, os Constantino comandam um cartel que abrange boa parte das empresas de ônibus do país, incluindo Bauru e Marília.

[CAB] As manifestações de rua e o sentido estratégico de nosso trabalho

A luta popular de rua voltou a fazer parte de nossas vidas, passado um ano e meio de pandemia. Das vidas de quem sempre acreditou na ação direta popular como a que define vencedores e perdedores, a longo prazo. Embora reúnam todo tipo de gente, as manifestações de rua materializam a unidade possível nesse momento. Unidade na rua entre os setores já organizados – sejam eles organizados social e/ou politicamente – , junto com partidos de oposição ao governo, mais aquelas parcelas de trabalhadores com certa tradição de mobilização, junto à diversidade de gente, setores e ideologias à esquerda.