O Teto de Gastos de Lula/Alckmin e a antiga forma de renomear coisas velhas com ares de novidade

Ao contrário do que a esquerda institucional quer vender, é importante afirmarmos o verdadeiro caráter do chamado Arcabouço Fiscal, já renomeado para Nova Regra Fiscal. Trata-se de mais um ataque para implementar um teto de gastos públicos que perpetua, independentemente da cor da tinta da caneta que assina, a desigualdade e a exploração econômica. A nova regra encabeçada por Haddad e chancelada pelo governo Lula/Alckmin mantém intactos mecanismos do anterior Teto de Gastos, que beneficiam as classes dominantes em detrimento dos mais vulneráveis, mantendo a concentração de riqueza e as restrições para os investimentos públicos para drenar recursos do orçamento público do país, para garantir aos rentistas o pagamento dos juros da dívida pública. A medida foi aprovada na Câmara em caráter de urgência, e segue para o Senado.

Vini Jr: Responder aos racistas com luta!

Mais uma vez o futebol fica manchado por um escândalo de racismo. As ofensas racistas a Vinícius Jr., em partida da liga espanhola, no domingo, não foram os primeiros ataques contra o atleta, que tem sido vítima de contínuas manifestações racistas, como gestos e gritos com imitações de macaco – e mesmo ameaças de morte. O próprio jogador, que hoje é um dos maiores do mundo, vem denunciando que os dirigentes da La Liga nada fazem para acabar com os episódios.

26 de Abril: Por uma Greve Nacional contra os ataques à Educação!

As trabalhadoras e trabalhadores da Educação vêm sofrendo duros golpes nos últimos anos, frutos dos ataques ao ensino público como um todo e ao futuro de nossa juventude. Ataques que só favorecem os mais ricos. Além disso, nos últimos meses, as escolas se tornaram alvo de violência, impulsionada por discursos de ódio (alimentada pela ideologia da extrema direita e popularizada através do bolsonarismo). Como consequência, ocorre o aumento dos investimentos em vigilância policial, enquanto professoras/es e demais trabalhadoras/es da educação seguem em situação cada vez mais precarizada, com o piso salarial desrespeitado e sem o devido investimento estrutural para exercer adequadamente seu trabalho.

É preciso combater todo esse cenário com forte organização e muita luta! Somente uma greve nacional construída pelas bases, em cada escola/universidade/instituto, sem rabo preso com governos, pode fazer com que as trabalhadoras e os trabalhadores da Educação tenham suas vozes ouvidas!

Ataque a escolas: combater o discurso de ódio e fortalecer a comunidade escolar!

as últimas duas décadas as escolas brasileiras foram alvo de 24 ataques – pelo menos dez desses ataques aconteceram somente de 2022 para cá. Essas práticas são estimuladas e organizadas pela extrema direita que vem, mais recentemente, ganhando força na sociedade brasileira. As ações mais recentes foram os atentados em escolas públicas e numa creche particular.

Os ataques também geram terror psicológico, impulsionado com as constantes ameaças de massacres em várias unidades escolares e a difusão de fake news. Em praticamente todos os casos pode-se presenciar materiais nazistas/neonazistas com os autores dos atentados, ou apologia à extrema direita em publicações virtuais. O avanço do bolsonarismo, desde 2016, não é coincidência nesse contexto.

PARA ALÉM DO 8M: Mulheres fortes e organizadas, com punhos cerrados contra os ataques e retirada de direitos!

Em meio a um contexto de crescimento da vulnerabilidade social, da insegurança alimentar e da fome, de crises climáticas, tragédias sociais e ameaças aos direitos do povo mais pobre, as vidas das mulheres continuam em perigo constante, atravessadas pelos problemas sociais gerados pelo sistema de dominação capitalista e pelo Estado.

Em julho de 2022, a ONU lançou dados sobre a fome e a insegurança alimentar, alertando para o fato de que quase 830 milhões de pessoas passam fome no mundo; 2,3 bilhões de pessoas enfrentam a insegurança alimentar. No Brasil, não é diferente, estamos no país onde existem as filas dos ossinhos. Chegamos a um 8 de Março em que as mulheres pobres, negras, indígenas e periféricas enfrentam condições sociais extremamente precárias e lutam pela sua sobrevivência e dos seus. Ao mesmo tempo, as contrarreformas, o teto de gastos imposto desde o governo Temer e a investida neoliberal contra os direitos sociais intensificam ainda mais as dificuldades pelas quais passamos, trazendo consequências diretas para as mulheres da classe trabalhadora – tanto para as que sustentam suas famílias, mães solo ou que sobrevivem sozinhas, quanto para aquelas que compõem núcleos familiares junto a companheiros também pobres.

Pela derrubada do Novo Ensino Médio, JÁ!

Entendemos que só a luta direta nas ruas será capaz de construir a força necessária para a revogação do novo Ensino Médio. É através das greves, ocupações e manifestações que podemos fazer a pressão necessária para derrubar essa Reforma e avançar para uma educação verdadeiramente popular. Essa luta deve caminhar junto com mobilização para garantir o cumprimento do piso nacional salarial da educação, o reajuste salarial da categoria e o fim das formas precárias de terceirização nas escolas.

Deslizamentos no litoral de SP: Desastre climático, econômico e social!

O mês de fevereiro ficou marcado pelos chamados “eventos climáticos extremos” no litoral norte de São Paulo, que até o momento deixaram mais de 60 mortos, e mais de 3 mil pessoas sem casa, principalmente na cidade de São Sebastião. O crescimento da intensidade e quantidade destes eventos vem assombrando o mundo todo e os deslizamentos deste Carnaval são mais um sintoma dos efeitos da destruição ecológica gerada pelo capitalismo. Estes eventos  afetam principalmente os mais pobres: as vítimas eram trabalhadores que moravam nas encostas, grande parte de  trabalhadores negros, numa região repleta de praias e mansões.

Solidariedade aos Yanomami e a todos os povos originários!

O direito originário à terra, aos bens naturais e ao modo de vida são fundamentais. Os Povos Originários foram os verdadeiros fundadores – na prática real e cotidiana – de uma ecologia social e libertária pautada na ajuda mútua, conforme reconhecido e observado por teóricos militantes como Murray Bookchin, Ricardo Flores Magón e Piotr Kropotkin. Por todo o continente americano, floresceram sociedades complexas e culturalmente diversas, nas quais se construíram e se firmaram relações cooperativas e comunitárias completamente opostas à dominação e à hierarquia entre seres humanos.

Para garantir essas formas de vida, os Povos Indígenas no Brasil resistem há mais de 500 anos contra as invasões europeias e incursões do capitalismo. O garimpo, o agronegócio e mais recentemente, o tráfico de drogas – quase sempre com o aval e participação do Estado brasileiro, sobretudo por meio dos militares – são os responsáveis por uma guerra incessante que tem levado, não raras vezes, ao extermínio de muitas nações indígenas.

Estamos agora diante do horror imposto aos Yanomami. Apesar da imprensa burguesa estar dando grande destaque ao caso neste momento, ele não é pontual. Nunca deixou de ocorrer, tendo em vista que o conceito de Progresso propagado pelo Estado brasileiro – por meio de seus governos de turno -, sempre esteve instrumentalizado pelo método de destruição das florestas e seus povos; iniciado com a invasão europeia, passando por adaptações durante as estruturações do Estado nacional, aprimorado com a visão de progresso dos militares e, cada vez mais, brutalizado pelos interesses do agronegócio e setor da mineração predatória.